domingo, 18 de março de 2018

O soldado que transformou em música uma batalha histórica para o Brasil na 2ª Guerra

Image captionClaudete, Claudecir e Cleusa (da esq., sentadas), Claumir e Cláudio (da esq, em pé): 'Bate uma saudade!' | Foto: Renata Bernardo

André Bernardo
Do Rio de Janeiro para a BBC Brasil
http://www.bbc.com/
Os irmãos Claudecir, Claumir, Claudete, Cleuza e Cláudio Sodré da Silva, com idades entre 60 e 68 anos, já perderam as contas de quantas vezes ouviram o samba Pro Brasileiro, Alemão é Sopa e a embolada Onde Vi Tanto Tedesco. Mesmo assim, não se cansam de escutá-las.

Aos primeiros acordes das canções - compostas e cantadas pelo pai deles, o então cabo da Força Expedicionária Brasileira (FEB), Natalino Cândido da Silva, e gravadas em um acampamento na Itália em 1945 pelo correspondente de guerra da BBC, Francis Hallawell -, os cinco não conseguem segurar a emoção.

"Bate uma saudade!", suspira Claudecir, com os olhos marejados. "Não éramos pai e filhos, entende? Éramos amigos!", derrete-se a caçula.

Sapos verdes e a execução de Marielle: sobe o grau da guerra semiótica brasileira

Wilson Roberto Vieira Ferreira

Em um dia o industrial sem indústria e rentista Paulo Skaf lançava a campanha “Chega de engolir sapo” (ironicamente contra os juros altos) em frente ao prédio da Fiesp diante de um enorme batráquio verde inflado. E no dia seguinte a vereadora do PSOL/RJ Marielle Franco era executada com quatro tiros certeiros na cabeça. Intensifica-se a guerra semiótica com a ocupação do campo simbólico da sociedade pela direita. No primeiro caso, principalmente pela ironia dos autores da campanha, uma mensagem prá lá de ambígua que ainda tenta surfar na onda anti-PT/Lula, pela proximidade do “grand finale” da sua prisão. E no trágico episódio do Rio, uma vítima exemplar, escolhida a dedo, para detonar a “bomba identitária”, ato inaugural (assim como o “laboratório” da intervenção no Rio) para “melar” a eleição desse ano através do discurso da ameaça de um inimigo interno: o crime organizado. Fator até aqui ignorado pelos analistas políticos, mas que tem parte importante na guerra semiótica brasileira, desde os ataques de 2006.

Um passeio pela História


Natasha Pimentel

No final da década de 1970, insatisfeitos com a possibilidade de o país voltar a ter eleições representativas diretas para cargos eletivos, grupos mais reacionários, e desejosos da continuação do controle militar das instituições estatais, passaram a realizar uma série de atentados, principalmente contra líderes e organizações de oposição ao regime militar.

A impunidade das armas, o sangue de Marielle e a Suprema Corte

GIBRAN MENDES


Em todo o país, o tráfico de drogas tem se transformado em um esquema simbiótico em que policiais corruptos muitas vezes chantageiam, pressionam, matam e sequestram traficantes e membros de suas famílias em troca de dinheiro e entorpecentes. 

Há casos, como no Ceará, em que policiais civis sequestravam traficantes para pedir resgate. No Rio Grande do Norte, PMs roubavam de traficantes até mesmo aparelhos celulares. No Distrito Federal policiais militares se passavam por policiais civis e invadiam, com mandatos falsos, casas de traficantes, para depois dividir entre si as “mercadorias” apreendidas. Policiais corruptos de Minas Gerais e do Paraná atuavam em conjunto para a apreensão de “transportes” de carga e de contrabando.

sábado, 17 de março de 2018

REVELADA A MAIOR FRAUDE POLÍTICA DA HISTÓRIA DA INTERNET



O maior escândalo político da história da internet foi revelado neste sábado pelo jornal britânico The Observer: a empresa Cambridge Analytica, financiada por bilionários americanos, manipulou mais de 50 milhões de perfis no Facebook para fomentar uma campanha de ódio e ajudar a eleger Donald Trump; a denúncia foi feita por Christopher Wyllye; segundo ele, a empresa foi criada para "manipular os demônios internos dos usuários do Facebook e, assim, influenciar as eleições"; até recentemente, a Cambridge era capitaneada por Steve Bannon, ex-assessor de Trump, que hoje presta consultoria à extremista Marine Le Pen, na França; no Brasil, a Cambridge Analytica, que foi suspensa pelo Facebook, se aproximou do prefeito de São Paulo, João Doria

247O maior escândalo político da história da internet foi revelado neste sábado pelo jornal britânico The Observer: a empresa Cambridge Analytica, financiada por bilionários americanos, manipulou mais de 50 milhões de perfis no Facebook para fomentar uma campanha de ódio e ajudar a eleger Donald Trump. A denúncia foi feita por Christopher Wyllye, que decidiu colaborar com a Justiça. Segundo ele, a empresa foi criada para "manipular os demônios internos dos usuários do Facebook e, assim, influenciar as eleições". Até recentemente, a empresa era capitaneada por Steve Bannon, ex-assessor de Trump, que hoje presta consultoria à extremista Marine Le Pen, na França. No Brasil, a Cambridge Analytica se aproximou do prefeito de São Paulo, João Doria.

O forum da desesperança

Ricardo Stuckert


Assisti ao primeiro Forum Social Mundial em Porto Alegre, no ano de 2001. Era o fórum da esperança. Os movimentos sociais estavam no auge de sua afirmação política. Os testemunhos eram uma manifestação autêntica de compromisso com as casas populares e o interesse público. Lembro-me do testemunho de Lula, corajoso, otimista, relatando toda a sua trajetória de vida e sinalizando com a candidatura presidencial que se revelaria imbatível.

Lembro-me da querida mestra, Maria da Conceição Tavares, com sua peculiar combinação de agressividade e ironia. Das oficinas fervilhando de gente e de vontade de participação. Por ali se via que a sociedade civil brasileira estava viva, disposta a usar os recursos da democracia para defender seus interesses. Sentia-se que estávamos vivendo um momento especial na nossa vida política. Estávamos na iminência de ganhar.

"A luta pela água na América Latina"


Sugestão: Natasha Pimentel

As Américas possuem a maior porcentagem de reservas de água doce do mundo, que incluem uma grande quantidade de rios caudalosos e os maiores aquíferos do mundo, o Guarani (que abarca Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai) e o Aquífero Alter do Chão (na Amazônia). Seja durante a onda privatizadora dos anos 90, ou através dos despejos causados pelo neodesenvolvimentismo, o grande capital sempre quis se apropriar dos territórios e recursos aquáticos por meio por meio da privatização. Porém, também houve diversas experiências de resistência nesse período. Sem a pretensão de abarcar todas elas, citamos aqui alguns casos exemplares de luta em defesa da água e dos territórios.

"Carta no coturno – Anatomia da intervenção no Rio"


Sugestão: Natasha Pimentel

Em uma audiência na Câmara dos Deputados, em julho do ano passado, o Comandante do Exército Brasileiro, General Villas Bôas, declarou, sobre a participação das Forças Armadas nas ações na Favela da Maré, no Rio de Janeiro: “Reconheço como positivo o governo estar repensando esse tipo de emprego das Forças Armadas, porque ele é inócuo e, para nós, é constrangedor.”

Desde o início da intervenção no Rio de Janeiro, em fevereiro passado, se tem pensado muito sobre o papel das Forças Armadas no cenário político nacional. As teses são variadas. Para uns a intervenção foi uma resposta a uma suposta mobilização política crescente durante o carnaval – essa tese, apesar de absurda [1] e já descartada, chegou inclusive à imprensa internacional. Para outros, a ideia era abafar o constrangimento que veio com a falta de apoio à Reforma da Previdência. Houve ainda uma outra tese, mais próxima da realidade: a de que a intervenção tinha como objetivo lograr um aumento de popularidade para as próximas eleições, seja por meio de uma melhora aparente e passageira na questão da violência urbana ou pela impressão de que Temer não tem receios de tomar atitudes duras contra a criminalidade no Rio de Janeiro.