quinta-feira, 21 de abril de 2016

Folha de São Paulo / Família Frias - Irmandade do Caos

IRMANDADE DO CAOS
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Arpeggio - 01/10/2016

Exclusivo! Temer inicia trem da alegria para a mídia do golpe. Repasses federais à Folha crescem 78%

http://www.ocafezinho.com/

Por Miguel do Rosário
Partiu o trem da alegria!
Agora entendi um pouco melhor dois movimentos da Folha nos últimos sete dias. Primeiro, o jornal publicou reportagem sobre si mesmo, se autoelogiando, dizendo que faz "cobertura crítica" do governo Temer. Segundo, publica matéria requentando notícia de maio deste ano, sobre decisão do governo de suspender publicidade federal aos blogs, uma não-notícia bizarra, pois não informa afinal que veículos receberam recursos durante esses primeiros meses de governo Temer.
Então fui olhar com mais calma os números da Secom, fazendo o seguinte comparativo: peguei as execuções contratuais (pagamentos efetivamente realizados) neste quatro meses de "governo Temer", de maio a agosto deste ano, e os comparei com os quatro meses de 2015.
Os pagamentos federais à Folha/UOL, nos quatro meses de maio a agosto de 2016, foram 78% maiores que no mesmo período de 2015.
Apesar da grave crise fiscal, da recessão, da campanha da mídia para o governo cortar gastos, o volume de recursos publicitários pagos nos últimos meses já é quase 50% maior que o registrado em 2015.
A grande mídia começou a receber a propina oficial do governo pelo apoio ao golpe, e a campanha contra os blogs é um preparativo para neutralizar aqueles que podem denunciar a mamata.
É bom lembrar que o governo Temer só conseguiu sua verdadeira "alforria" há pouco mais de um mês, quando o Senado aprovou o afastamento definitivo da presidenta Dilma, e as execuções contratuais espelham frequentemente contratos celebrados em período anterior.
O trem da alegria está apenas começando a pegar velocidade.
Mas já dá para ter uma ideia dos pixulecos a serem pagos à mídia tradicional,  em pagamento a uma cobertura bem ao contrário de "crítica" ao governo Temer. Na verdade, a mídia, assim como durante o regime militar, dá sustentação ao golpe que ela mesmo articulou.
A Globo não viu crise este ano em termos de publicidade federal. De maio a agosto, as empresas da Globo receberam R$ 15,8 milhões de repasses federais (sem contar as estatais!), 24% a mais que no ano anterior.
Enquanto os Marinho defendem o fim da aposentadoria rural, o fim da gratuidade da universidade pública, o arrocho do salário mínimo, eles arrancam mais e mais dinheiro do povo brasileiro. E olha que isso é só o começo!
A Abril também começou a recuperar o terreno perdido. Nos quatro meses de maio a agosto de 2015, o grupo que edita a Veja recebeu apenas R$ 52 mil, valor que saltou para R$ 380,77 mil no mesmo período de 2016, um crescimento de 624%!
A concentração dos recursos federais em mãos da Globo já era uma realidade gritante antes do golpe, como se pode ver nos dados de 2015, quando a Globo ficou com 31% de toda a publicidade federal sem as estatais.
É bom lembrar que estamos falando apenas da publicidade do governo federal e seus ministérios. Se o Judiciário aceitar a liberação dos dados das estatais, veremos que o trem da alegria para a mídia que apoiou o golpe é bem maior.


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                                                 Família Frias - FOLHA DE SÃO PAULO

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por : Paulo Nogueira // http://www.diariodocentrodomundo.com.br/


O jornal que foi venerado nas Diretas Já é hoje abominado

A Folha é igualzinha a Temer. Foi peça vital no golpe, mas não aceita ser chamada de golpista.

Um editorial desta sexta é exemplar.

O jornal investe furiosamente contra os manifestantes anti-Temer que têm tomado as ruas de São Paulo. Chama-os de baderneiros, vândalos e coisas do gênero.

O motivo: os manifestantes elegeram a Folha como um dos alvos do esculacho. Foram até a sede do jornal na Barão de Limeira, no centro de São Paulo. Picharam “Folha Golpista”.

A Folha fez jornalismo de guerra contra Dilma. Mas parece que gostaria de ser aplaudida por sua contribuição ao golpe.

Considere a diferença.

Nos anos 1980, a Folha se tornou o jornal mais influente, admirado e lido porque capturou a bandeira das Diretas Já.

Que as urnas falem. Que os brasileiros se manifestem. A Folha tinha captado o Zeitgeist, a expressão alemã que designa o espírito do tempo. Era vista como moderna, inovadora, sob certos aspectos até revolucionário no cenário da mídia brasileira.

Era chique ler a Folha, carregá-la sob os braços, citá-la para amigos. Era a referência número um dos universitários e dos formadores de opinião.

Agora, quando podemos estar no limiar de uma nova Diretas Já, a Folha está do lado oposto. É o anti-Zeitgeist. Não está entedendo o que se passa, como aquele personagem de Flaubert que passa por Waterloo e enxerga apenas homens lutando uns contra os outros.

A Folha era jovem, como as pessoas que pediam diretas já. Agora é velha como Temer, conservadora. Era venerada pela juventude. É detestada.

E o editorial em que ataca brutalmente os manifestantes anti-Temer mostra isso em cada detalhe.

Em nenhum momento a Folha sai da superfície e se pergunta por que a garotada está irada.

Ora, ora, ora.

Violência é pichar um jornal? Como classificaremos, então, a supressão de 54 milhões de votos por um grupo conservador e corrupto como este apoiado pela Folha?

A democracia brasileira foi estuprada à luz do dia mediante mentiras abjetas propagadas por todas as empresas jornalísticas.

Isso não é violência?

A Folha gostaria aparentemente que os brasileiros apanhassem calados. Que aplaudissem Temer, Cunha e todos os corruptos que fizeram o Brasil retroceder décadas com o golpe.

As Diretas Já foram um marco na ascensão da Folha mais de trinta anos atrás.

A segunda onda das Diretas Já vai ser um marco na decrepitude do jornal.

A Folha estava do lado certo. E por isso era louvada. Hoje está do lado errado e por isso é detestada. Os filhos e netos dos manifestantes daqueles dias em que a ditadura estertorava agora vão à Barão de Limeira para externar seu repúdio pelo mesmo jornal que seus pais e avós adoravam.

E os Frias parecem achar que vão resolver seu insolúvel problema de destruição de imagem terceirizando a responsabilidade por ele.

Não somos nós que estamos errados. É a sociedade. Esta é a lógica doentia da Folha.

A Folha não responde por seus atos. Daqui a pouco poderá lavrar um editorial com palavras semelhantes às imortalizadas nestes dias por Temer: “Não aceitaremos ser chamados de golpistas.”
Paulo Nogueira
Sobre o Autor
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.


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FOLHA JUSTIFICA APOIO AO GOLPE MILITAR DE 64


              http://www.brasil247.com/
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"Aos olhos de hoje, apoiar a ditadura militar foi um erro, mas as opções de então se deram em condições bem mais adversas que as atuais", diz editorial de página inteira publicado neste domingo, 30 de março, quando se completam 50 anos do golpe que culminou em uma ditadura militar; "Este jornal deveria ter rechaçado toda violência, de ambos os lados, mantendo-se um defensor intransigente da democracia e das liberdades individuais", afirma ainda o jornal de Otávio Frias Filho; texto defende que repúdio ao regime é merecido, mas que nem todas as críticas têm fundamento

247 – Em um editorial de página inteira, a Folha de S. Paulo justifica neste domingo 30, quando se completam 30 anos do golpe militar no Brasil, o apoio que deu o regime. "Aos olhos de hoje, apoiar a ditadura militar foi um erro", diz o texto. "Este jornal deveria ter rechaçado toda violência, de ambos os lados, mantendo-se um defensor intransigente da democracia e das liberdades individuais", prossegue o texto.

O jornal de Otavio Frias Filho ressalta que "é fácil, até pusilânime, porém, condenar agora os responsáveis pelas opções daqueles tempos, exercidas em condições tão mais adversas e angustiosas que as atuais". De acordo com a publicação, os defensores do regime militar, à época, "agiram como lhes pareceu melhor ou inevitável naquelas circunstâncias". Texto defende também que repúdio ao regime é merecido, mas que nem todas as críticas têm fundamento.

A Folha é acusada de ter colaborado com a ditadura militar emprestando carros da empresa para que policiais do DOI-Codi, órgão de repressão da ditadura, fizessem campana e prendessem militantes de esquerda. Dois deles afirmam, em depoimento, ter visto caminhonetes do jornal no prédio do DOI-Codi na rua Tutoia, no bairro da Vila Mariana, zona sul de São Paulo, onde ficaram presos.

Leia abaixo a íntegra do editorial:

1964

O regime militar (1964-1985) tem sido alvo de merecido e generalizado repúdio. A consolidação da democracia, nas últimas três décadas, torna ainda mais notória a violência que a ditadura representou.

Violência contra a população, privada do direito elementar ao autogoverno. E violência contra os opositores, perseguidos por mero delito de opinião, quando não presos ilegalmente e torturados, sobretudo no período de combate à guerrilha, entre 1969 e 1974.

Aquela foi uma era de feroz confronto entre dois modelos de sociedade --o socialismo revolucionário e a economia de mercado. Polarizadas, as forças engajadas em cada lado sabotavam as fórmulas intermediárias e a própria confiança na solução pacífica das divergências, essencial à democracia representativa.

A direita e parte dos liberais violaram a ordem constitucional em 1964 e impuseram um governo ilegítimo. Alegavam fazer uma contrarrevolução, destinada a impedir seus adversários de implantar ditadura ainda pior, mas com isso detiveram todo um impulso de mudança e participação social.

Parte da esquerda forçou os limites da legalidade na urgência de realizar, no começo dos anos 60, reformas que tinham muito de demagógico. Logo após 1964, quando a ditadura ainda se continha em certas balizas, grupos militarizados desencadearam uma luta armada dedicada a instalar, precisamente como eram acusados pelos adversários, uma ditadura comunista no país.

As responsabilidades pela espiral de violência se distribuem, assim, pelos dois extremos, mas não igualmente: a maior parcela de culpa cabe ao lado que impôs a lei do mais forte, e o pior crime foi cometido por aqueles que fizeram da tortura uma política clandestina de Estado.

Isso não significa que todas as críticas à ditadura tenham fundamento. Realizações de cunho econômico e estrutural desmentem a noção de um período de estagnação ou retrocesso.

Em 20 anos, a economia cresceu três vezes e meia. O produto nacional per capita mais que dobrou. A infraestrutura de transportes e comunicações se ampliou e se modernizou. A inflação, na maior parte do tempo, manteve-se baixa.

Todas as camadas sociais progrediram, embora de forma desigual, o que acentuou a iniquidade. Mesmo assim, um dado social revelador como a taxa de mortalidade infantil a cada mil nascimentos, que era 116 em 1965, caiu a 63 em 1985 (e melhorou cada vez mais até chegar a 15,3 em 2011).

No atendimento às demandas de saúde e educação, contudo, a ditadura ficou aquém de seu desempenho econômico.

Sob um aspecto importante, 1964 não marca uma ruptura, mas o prosseguimento de um rumo anterior. Os governos militares consolidaram a política de substituição de importações, via proteção tarifária, que vinha sendo a principal alavanca da industrialização induzida pelo Estado e que permitiu, nos anos 70, instalar a indústria pesada no país.

A economia se diversificou e a sociedade não apenas se urbanizou (metade dos brasileiros vivia em cidades em 1964; duas décadas depois, eram mais de 70%) mas também se tornou mais dinâmica e complexa. Metrópoles cresceram de modo desordenado, ensejando problemas agudos de circulação e segurança.

O regime passou por fases diferentes, desde o surto repressivo do primeiro ano e o interregno moderado que precedeu a ditadura desabrida, brutal, da passagem da década, até uma demorada abertura política, iniciada dez anos antes de sua extinção formal, em 1985.

As crises do petróleo e da dívida externa desencadearam desarranjos na economia, logo traduzidos em perda de apoio, inclusive eleitoral. O regime se tornara estreito para uma sociedade que não cabia mais em seus limites. Dissolveu-se numa transição negociada da qual a anistia recíproca foi o alicerce.

Às vezes se cobra, desta Folha, ter apoiado a ditadura durante a primeira metade de sua vigência, tornando-se um dos veículos mais críticos na metade seguinte. Não há dúvida de que, aos olhos de hoje, aquele apoio foi um erro.

Este jornal deveria ter rechaçado toda violência, de ambos os lados, mantendo-se um defensor intransigente da democracia e das liberdades individuais.

É fácil, até pusilânime, porém, condenar agora os responsáveis pelas opções daqueles tempos, exercidas em condições tão mais adversas e angustiosas que as atuais. Agiram como lhes pareceu melhor ou inevitável naquelas circunstâncias.

Visto em perspectiva, o período foi um longo e doloroso aprendizado para todos os que atuam no espaço público, até atingirem a atual maturidade no respeito comum às regras e na renúncia à violência como forma de lutar por ideias. Que continue sendo assim.


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Folha de São Paulo e ditadura militar, uma antiga parceria




Portal Vermelho
A primeira imagem é uma capa da Folha na época da ditadura militar, a segunda, o editorial desta sexta-feira (12)A primeira imagem é uma capa da Folha na época da ditadura militar, a segunda, o editorial desta sexta-feira (12)
Segundo o jornal o relatório silencia sobre “os crimes das organizações armadas que combateram para substituir a ditadura militar por outra, de cunho comunista”. O jornal, nesse caso, está chamando de criminosos os que combateram pelo fim das atrocidades cometidas pela ditadura militar.

Coloca o diário paulista, “as décadas de 60 e 70 foram um tempo de extrema polarização na América do Sul. Facções de direita e de esquerda recorreram à violência, levando ao colapso do regime democrático em vários países, entre eles o Brasil”, para na sequência tentarem justificar a culpa dos militares com o absurdo argumento de que “o ônus moral nas sociedades modernas, recai sobre os vitoriosos”.

Na segunda metade do seu editorial em defesa dos seus antigos colaboradores a Folha de S. Paulo defende a anistia de 1979 como solução final para os anos de chumbo vividos pelo país. “Por mais que seus efeitos possam ser repugnantes do ângulo humanitário, sobretudo para os atingidos pela violência ditatorial, a anistia irrestrita é um dos pilares sobre os quais se apoia a democracia brasileira”.

Na sequência afirma não ser “sensato” e nem “desejável”, que compromissos internacionais assumidos pelo Brasil, “determinando que a tortura é crime imprescritível, possam sobrepor-se à soberania jurídica nacional”. Para finalmente ser direta em seu objetivo “a anistia deve ser preservada”.

Ou seja, para o jornal outrora – mas nem tão outrora assim – defensor da ditadura, o relatório final da Comissão da Verdade deve ser apenas um calhamaço de páginas sem consequências práticas. Sem punições para os torturadores. Afinal, para a Folha de S. Paulo, os que faziam uso do Estado para matar e torturar são comparáveis aos que se valiam das armas, para contrapor as armas dos militares, para tentar libertar o nosso país e lutar por democracia.

Um editorial vergonhoso. Uma vez golpistas, sempre golpistas. E que não esperemos outra coisa desse jornal. Nunca mudarão.


*Thiago Cassis é jornalista, assessor de comunicação da UJS e colaborador do Portal Vermelho



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Folha financiava operações na ditadura e Frias era amigo de Fleury. Detalhes sobre o caso conhecido como 'chacina da Lapa' indicam a participação do dono da Folha de S.Paulo e de outros empresários no apoio à repressão








O ex-delegado da Polícia Civil Claudio Guerra (23) fez uma série de revelações nesta terça-feira (23), em depoimento à Comissão Municipal da Verdade de São Paulo, sobre episódios da ditadura militar. Detalhou o caso conhecido como ‘chacina da Lapa’ e tratou da participação do dono da Folha de S.Paulo e de outros empresários no apoio financeiro à repressão.

O ex-delegado da Polícia Civil Claudio Guerra afirmou nesta terça-feira (23), à Comissão Municipal da Verdade de São Paulo, que foi o autor da explosão de uma bomba no jornal O Estado de S.Paulo, na década de 1980, e afirmou que a ditadura, a partir de 1980, decidiu desencadear em todo o Brasil atentados com o objetivo de desmoralizar a esquerda no País.

Editorial da Folha se referiu à ditadura no Brasil como “ditabranda” (Foto: Reprodução / Manifesto contra a Folha)



“Depois de 1980 ficou decidido que seria desencadeada em todo o País uma série de atentados para jogar a culpa na esquerda e não permitir a abertura política”, disse o ex-delegado em entrevista ao vereador Natalini (PV), que foi ao Espírito Santo conversar com Guerra.



No depoimento, Guerra afirmou que “ficava clandestinamente à disposição do escritório do Sistema Nacional de Informações (SNI)” e realizava execuções a pedido do órgão.

Entre suas atividades na cidade de São Paulo, Guerra afirmou ter feito pelo menos três execuções a pedido do SNI. “Só vim saber o nome de pessoas que morreram quando fomos ver datas e locais que fiz a execução”, afirmou o ex-delegado, dizendo que, mesmo para ele, as ações eram secretas.

Guerra falou também do Coronel Brilhante Ustra e do delegado Sérgio Paranhos Fleury, a quem acusou de tortura e assassinatos. Segundo ele, Fleury “cresceu e não obedecia mais ninguém”. “Fleury pegava dinheiro que era para a irmandade (grupo de apoiadores da ditadura, segundo ele)”, acusou.

O ex-delegado disse também que Fleury torturava pessoalmente os presos políticos e metralhou os líderes comunistas no episódio que ficou conhecido como Chacina da Lapa, em 1976.

“Eu estava na cobertura, fiz os primeiros disparos para intimidar. Entrou o Fleury com sua equipe. Não teve resistência, o Fleury metralhou. As armas que disseram que estavam lá foram ‘plantadas’, afirmo com toda a segurança”, contou.

Guerra disse que recebia da irmandade “por determinadas operações bônus em dinheiro”. O ex-delegado afirmou que os recursos vinham de bancos, como o Banco Mercantil do Estado de São Paulo, e empresas, como a Ultragas e o jornal Folha de S. Paulo. “Frias (Otávio, então dono do jornal) visitava o DOPS (Departamento de Ordem Política e Social), era amigo pessoal de Fleury”, afirmou.

Segundo ele, a irmandade teria garantido que antigos membros até hoje tivessem uma boa situação financeira.
‘Enterrar estava dando problema’

Segundo Guerra, os mortos pelo regime passaram a ser cremados, e não mais enterrados, a partir de 1973, para evitar “problemas”. “Enterrar estava dando problema e a partir de 1973 ou 1974 começaram a cremar. Buscava os corpos da Casa de Morte, em Petrópolis, e levava para a Usina de Campos”, relatou.


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Comissão da Verdade desmascara a Folha

Por Altamiro Borges, em seu blog //  http://www.viomundo.com.br/
Os barões da mídia agem como as famiglias mafiosas. Disputam o mercado, mas se unem na defesa da instituição criminosa.
Nesta quarta-feira (10), todos os principais sites de notícias deram destaque para a entrega do relatório final da Comissão da Verdade, que aponta os responsáveis pelas torturas, mortes e desaparecimentos durante o sombrio período da ditadura militar no Brasil.
Nos telejornais, até houve uma postura respeitosa diante da emoção da presidenta Dilma Rousseff, vítima de torturas, que chorou ao receber o relatório. Mas nenhum veículo da mídia monopolista citou uma importante conclusão da Comissão da Verdade: a de que o Grupo Folha apoiou a ditadura militar!
Segundo o relatório, o império midiático da famiglia Frias não deu apenas apoio ideológico ao golpe militar e ao regime facínora dos generais. Ele também deu apoio financeiro e logístico aos golpistas — inclusive cedeu suas caminhonetes para a ação repressiva.
No item sobre a colaboração de civis com o regime militar, elaborado por 11 pesquisadores do grupo de trabalho sobre o Estado Ditatorial-Militar, a Comissão Nacional da Verdade menciona o livro “Cães de guarda: jornalistas e censores, do AI-5 à Constituição de 1988″, da pesquisadora Beatriz Kushnir.
Na página 320, o texto aponta os grupos empresariais que colaboraram com a famigerada Operação Bandeirantes e afirma que “constatou a presença ativa do Grupo Folha no apoio à Oban, seja no apoio editorial explícito no noticiário do jornal Folha da Tarde, seja no uso de caminhonetes da Folha para o cerco e a captura de opositores do regime”.
A ação fascista da famiglia Frias sempre foi denunciada pelas vítimas da ditadura militar.
Em 1971, três caminhonetes da Folha inclusive foram queimadas por militantes de esquerda como forma de protesto. Mas os barões da mídia, como as famiglias mafiosas, preferem esconder este fato histórico.
PS do Viomundo: A decência exigiria dos jornalões que pedissem desculpas por sua atuação antes e durante a ditadura. A Folha prefere fugir de sua responsabilidade.
PS2 do Viomundo: Comentário deixado no Viomundo em 2009 pela leitora Laura, depois que o jornal chamou a ditadura de “ditabranda”:
laura (08/03/2009 – 05:46)
A Folha fornecia suas peruas de distribuição de jornais, as C 14 para levar os presos sob metralhadoras para serem torturados ou morrer no DOI-CODI. Eu fui levada para lá, numa delas, beje. Quando vc via uma perua C 14 sabia que estava sendo perseguido. Essa a contribuição da Folha para a SUA “ditabranda”. Há que falar claramente qual é a “liberdade” da Folha de São Paulo, um jornal que mente.
PS3 do Viomundo: Íntegra do editorial Banditismo, escrito por Octávio Frias de Oliveira depois que a resistência queimou carros da Folha durante o governo Médici, no auge da ditadura que matou, torturou e sumiu com pessoas (grifos nossos):
Publicado em 22 de setembro de 1971
OCTAVIO FRIAS DE OLIVEIRA
A sanha assassina do terrorismo voltou-se contra nós.
Dois carros deste jornal, quando procediam ontem à rotineira entrega de nossas edições, foram assaltados, incendiados e parcialmente destruidos por um bando de criminosos, que afirmaram estar assim agindo em “represalia” a noticias e comentarios estampados em nossas paginas.
Que noticias e que comentarios? Os relativos ao desbaratamento das organizações terroristas, e especialmente à morte recente de um de seus mais notorios cabeças, o ex-capitão Lamarca.
Nada temos a acrescentar ou a tirar ao que publicamos.
Não distinguimos o terrorismo do banditismo. Não há causa que justifique assaltos, assassinios e sequestros, muitos deles praticados com requintes de crueldade.
Quanto aos terroristas, não podemos deixar de caracterizá-los como marginais. O pior tipo de marginais: os que se marginalizam por vontade propria. Os que procuram disfarçar sua marginalidade sob o rotulo de idealismo politico. Os que não hesitaram, pelo exemplo e pelo aliciamento, em lançar na perdição muitos jovens, iludidos, estes sim, na sua ingenuidade ou no seu idealismo.
Desmoralizadas e desarticuladas, as organizações subversivas encontram-se nos estertores da agonia.
Da opinião publica, o terror só recebe repudio. É tão visceralmente contrario às nossas tradições, à nossa formação e à nossa indole, que suas ações são energicamente repelidas pelos brasileiros e por todos quantos vivem neste país.
As ameaças e os ataques do terrorismo não alterarão a nossa linha de conduta.
Como o pior cego é o que não quer ver, o pior do terrorismo é não compreender que no Brasil não há lugar para ele. Nunca houve.
E de maneira especial não há hoje, quando um governo serio, responsavel, respeitavel e com indiscutivel apoio popular, está levando o Brasil pelos seguros caminhos do desenvolvimento com justiça social — realidade que nenhum brasileiro lucido pode negar, e que o mundo todo reconhece e proclama.
O Brasil de nossos dias é um país que deseja e precisa permanecer em paz, para que possa continuar a progredir. Um país onde o odio não viceja, nem há condições para que a violência crie raizes.
Um país, enfim, de onde a subversão — que se alimenta do odio e cultiva a violencia — está sendo definitivamente erradicada, com o decidido apoio do povo e da Imprensa, que reflete os sentimentos deste. Essa mesma Imprensa que os remanescentes do terror querem golpear.
Porque, na verdade, procurando atingir-nos, a subversão visa atingir não apenas este jornal, mas toda a Imprensa deste país, que a desmascara e denuncia seus crimes.
Leia também:




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Gregório Duvivier: Dona Folha, Hitler ganhou terreno por causa de editoriais muito parecidos com o seu
http://www.viomundo.com.br/
otavio-frias-filho
Dona Folha, tá difícil te defender

Gregório Duvivier, na Folha de S. Paulo, sugerido por Aton Fon e Otto Maia

Em seu editorial na sexta (2), a senhora diz que se o governo não souber “reprimir os fanáticos da violência”, o Brasil corre o risco de se transformar numa ditadura assim como aconteceu na “Alemanha dos anos 30″. À polícia do Estado de S. Paulo, que já não é famosa pela gentileza, a senhora recomenda que “reprima” mais duramente os “grupelhos extremistas” – porque senão os baderneiros vão tomar o poder e transformar o Brasil na Alemanha nazista.

Concordo que existem muitas razões pra ter medo. Mas não pelas mesmas razões. O vampiro que nos governa acaba de recriar o Gabinete de Segurança Institucional. O ministro da Justiça pede menos pesquisa e mais armamento. Uma jovem perde um olho atacada pela polícia. Uma presidenta democraticamente eleita é derrubada porque teria cometido um crime, mas não perde os direitos políticos porque afinal ela não cometeu crime nenhum. O Senado que a derrubou por causa de créditos suplementares muda a lei em relação aos créditos no dia seguinte à sua queda.

Concordo quando a senhora diz que uma ditadura se avizinha, mas discordo que são os “black bloc” que vão tomar o poder. Dona Folha, a senhora já conheceu um “black bloc”? “Black blocs” em geral têm 12 anos, espinhas e mochila cheia de roupa preta e remédios pra acne.

Não sei se por ignorância ou cinismo, a senhora ignorou o fato de a Alemanha nazista não ter sido criada pelos “fanáticos da violência”. Como bem lembrou Bruno Torturra, a Alemanha nazista se consolida quando Hitler culpa os tais baderneiros pelo incêndio do Reichstag e cria um Estado de exceção com o objetivo de “reprimir baderneiros” – igualzinho a senhora tá pedindo.

Quando o Reichstag pegou fogo, os jornais pediram medidas de emergência contra os “baderneiros” em editoriais muito parecidos com o seu. Hitler não teria ganhado terreno sem uma profusão de jornais pedindo “mais repressão aos grupelhos” – jornais estes que, vale lembrar, depois foram proibidos de circular.

O golpe de 64 não foi obra do “extremismo”, mas daqueles que alegavam querer combatê-lo. Quem instaura a ditadura não são os baderneiros, são os apavorados. Só há golpe quando há medo. Quando a senhora contribui com o medo, a senhora contribui com o golpe.

Um jornal é do tamanho dos inimigos dele. Quando a senhora pede maior repressão a adolescentes desarmados, se alinha com o mais forte e faz vista grossa pra truculência. Jornalismo, pra mim, era o contrário.
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Por que a "Folha" também tornou-se tautista?

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