quarta-feira, 26 de julho de 2017

O Brasil protagonista virou uma insignificância do tamanho da estatura política de Temer

Temer conseguiu destruir até a política externa brasileira, afinal, quem quer aparecer ao lado de um corrupto?

Por Eric Nepomuceno


Há poucos dias houve aqui na Argentina a reunião do Mercosul em Mendoza. E Michel Temer, o ilegítimo, assume a Presidência pro tempore, quer dizer, temporária do Mercosul. Eu acho que foi a única coisa da política externa do Temer que merece registro.

Mas não por causa dele, por causa das regras do Mercosul. Eu fico pasmo com a insignificância que o Brasil virou no cenário global. Eu estou há quase um mês aqui em Buenos Aires, a única notícia em todos os jornais, todos os canais de televisão, todas as análises dos meios de comunicação se referem à corrupção e à fragilidade do governo Temer.

A luta de classes e o aprofundamento da crise econômica no Brasil

Política de austeridade do governo Temer enfraquece a classe trabalhadora e não garante a sustentação dos lucros pelo desenvolvimento do sistema produtivo

    Marcio Pochmann

O Brasil segue governado por aqueles que já morreram. Ao invés de cometer erros novos, os governos insistem na repetição dos mesmos equívocos do passado. Exemplo disso pode ser encontrado na predominância da interpretação da crise que abala a economia nacional e orienta a ação do governo Temer.

Como se sabe, o país vive uma longa fase de estagnação de sua renda per capita. Entre 1981 e 2016, o rendimento médio do brasileiro subiu 0,6% como média anual, ao contrário de 4,4% no período de 1945 a 1980.

1961, o ano que atocharam o parlamentarismo no Brasil

Regime imposto por militares para limitar os poderes do presidente João Goulart durou apenas 17 meses e já foi rejeitado em dois plebiscitos

Luiza Villaméa
http://brasileiros.com.br/

A manchete sobre o sistema de governo implantado a toque de caixa Foto: Reprodução

Na falta de termo melhor, chamaram de “solução de compromisso”. Da noite para o dia, o sistema de governo parlamentarista foi adotado para permitir o desembarque de João Goulart, o Jango, no Brasil, e sua posse na presidência da República. Vice de Jânio Quadros, Jango fazia escala em Singapura, voltando de viagem à China, quando o presidente renunciou.

A saúde como motor da economia

saudeEBC

Rafael da Silva Barbosa
http://brasildebate.com.br/

O setor alcança 6,5% do valor adicionado total da economia, superando até mesmo o do agronegócio. Cerca de 10% do trabalho qualificado advém da saúde e sua participação é de 8% do PIB

Em tempos de crise, a palavra de ordem é “cortar custos” e fazer sacrifícios. Entretanto, nesse afã de superar rapidamente a adversidade econômica momentânea, limita-se o espaço para qualificar o debate de forma minimamente adequada, principalmente em relação ao que é de fato custo e “quem” fará os maiores sacríficos.

terça-feira, 25 de julho de 2017

Uma sociedade em colapso

Uma sociedade em colapso
Foto: Guilherme Testa/FotoArena
http://justificando.cartacapital.com.br/

Há pouco mais de dois anos começamos a vivenciar o colapso total da sociedade em que vivemos, seja nas relações de trabalho, seja no aumento da violência urbana, seja na repressão desproporcional perpetuada pelas polícias, seja no expressivo número de pessoas que vivem sem nada nas grandes cidades, conhecendo o pior que temos a oferecer como sociedade, seja nas relações sociais que se fragmentaram pela nossa intolerância com os outros.

Dallagnol nega ter violado lei em concurso para o Ministério Público



Jornal GGN - O procurador Deltan Dallagnol, usando a estrutura do Ministério Público Federal para rebater uma questão pessoal, nega que tenha infringindo uma lei ao tomar posse como procurador da República em 2003, um ano após ter passado em um concurso público no Paraná.

Nesta terça (25), o jornalista Reinaldo Azevedo revelou que Dallagnol prestou o concurso para o Ministério Público e foi aprovado, mas não poderia assumir o posto de procurador da República porque a Lei Complementar 75/93 exigia, à época, pelo menos 2 anos de formação como bacharel em Direito. Dallagnol só tinha 1 ano de formado quando tomou posse, em janeiro de 2003.

Você tem medo de quê?

170725-Medo

De não ter casa própria, carteira assinada, aposentadoria? Do fracasso, do vexame? E se esquecêssemos o ridículo para temer apenas a finitude ou, pior, a ausência de sentido?

Por Maria Bitarello | Imagem: Ricardo Ponce, Medo

Outro dia um amigo me disse o seguinte: “Meu instinto é classe média”. Ou seja, quando o bicho pega, os sistemas de defesa do seu corpo e mente o levam pro lugar que ele conhece como seguro – e ele não parecia satisfeito com essa constatação. Ele queria dizer que, por exemplo, tem medo das ruas da cidade à noite, que tem o instinto de atravessar pra calçada mais iluminada, que logo quer pegar um táxi e, também, outro exemplo, que quando a vida fica muito incerta suas defesas logo acionam o alerta que pisca em letreiros luminosos dizendo “arrume um emprego!”, tenha carteira de trabalho assinada, compre a casa própria, tenha 13o, declare o Imposto de Renda, garanta sua aposentadoria e plano de saúde privado. E, no entanto, ao mesmo tempo, ele sabe que nada disso importa tanto assim – e não digo isso por causa da reforma trabalhista do apocalipse. É porque o buraco é mais embaixo mesmo.

O DISCRETO MILAGRE DA ESQUERDA URUGUAIA: 15 ANOS DE CRESCIMENTO ININTERRUPTO



Enquanto Argentina e Brasil lidam com crises política e econômica, o Uruguai se mostra uma ilha de tranquilidade na América do Sul; estabilidade econômica, política e fiscal, aliadas à distribuição de renda, fizeram o Uruguai obter 15 anos de crescimento econômico ininterrupto

247 - Enquanto Brasil e Argentina convulsionam por conta das crises política e econômica, o Uruguai parece uma ilha de paz social e política vizinha aos dois gigantes. Dirigido pela Frente Ampla, de esquerda, desde 2005, o Uruguai está prestes a completar 15 anos de crescimento ininterrupto. Uma marca histórica para essa pequena nação de 3,3 milhões de habitantes. Sem grandes recursos naturais, o país vive da agricultura, turismo e tem um recurso importante - uma política sem corrupção.